"Acredito firmemente que a verdadeira mudança e a verdadeira felicidade
nascem da aceitação. A aceitação do nosso corpo, de quem
somos e da situação em que nos encontramos. Muitas das inseguranças
com que nos debatemos diariamente devem-se ao facto de acharmos
que as coisas deviam ser diferentes do que são.
Vivemos numa sociedade que insiste constantemente em tudo o que temos
de mudar nas nossas vidas. Temos de progredir, de fazer melhor, de parecer
melhor, de nos sentirmos melhor. Temos de perder peso, de ganhar músculo,
de comer de forma mais saudável, de ter um emprego melhor, de ter roupa
mais gira e cabelo mais brilhante, de ganhar mais dinheiro. Raramente nos
dizem que já somos óptimos da maneira que somos.
Há uma grande diferença entre querer genuinamente mudar alguma
coisa na nossa vida e sentir que temos de mudar, porque temos de ser diferentes
do que somos para sermos aceites ou para nos integrarmos. Qual
é o vosso lugar neste espectro? E o que procuram mudar? Se forem como
a maioria das pessoas, haverá provavelmente muitas coisas que gostariam
que fossem diferentes na vossa vida. Mas eu pergunto, porquê? Ao longo
da vossa vida, quem vos disse que não eram suficientemente bons? De onde
tiraram essa ideia? Na maioria das vezes, o julgamento que sentimos não
vem senão de nós próprios. Ninguém nos julga como nós mesmos. Para
criar uma vida mais saudável e mais feliz, há que começar do sítio certo.
Seja o que for que queiram mudar na vossa vida — perder peso, ter mais
calma, construir uma nova carreira — tem de vir de uma intenção genuína."
In Yoga Girl - Rachel Brathen
Rachel querida, concordo com tudo o que dizes mas e se eu te disser que não me identifico com muita coisa na minha vida? Que não é por uma questão de imagem ou status, mas simplesmente porque não sinto o meu coração vibrar há muito tempo (mentira - sinto todos os dias quando olho para a minha filha).
Acho que como muitas pessoas, entrei num loop rotineiro-masoquista-desinteressante, que me faz pensar como vou estar daqui a 30 anos, se continuar assim.
No entanto
E se já aprendi alguma coisa é que não adianta esperar que as circunstâncias mudem, se quero mudanças tenho de começar por mim, com o que tenho. Mudar rotinas para outras mais saudáveis ajudam a aumentar a auto-estima, a valorização, o sentido de realização (afinal sou capaz de muito mais do que pensava) e acredito que com isso começam as mudanças positivas na nossa vida.
E o truque aqui (espero comprová-lo em breve) é não estar demasiado preocupada com os resultados, porque quanto maior a ansiedade pelos resultados, mais eles demoram.
Assim vou tentar focar-me no presente, introduzir novas formas de fazer as coisas, novas rotinas, sossegar a masoquista da minha mente a ver se a inspiração surge.
Está dado o mote genuíno para querer mudar, reconhecendo no entanto todas as coisas boas que tenho todos os dias (e são muitas, muitas) e aceitando as coisas com as quais não me identifico.
A ver como isto corre...