quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Porque colocamos os ovos todos no mesmo cesto?


No final do seu "bestseller" "Comer, Orar, Amar", Elizabeth Gilbert apaixonou-se por Felipe - um brasileiro com cidadania australiana que vivia na Indonésia quando eles se conheceram. Instalando-se na América, o casal jurou fidelidade eterna um ao outro, mas também jurou nunca, jamais, sob quaisquer circunstâncias, contrair matrimónio. (Eram ambos sobreviventes de divórcios difíceis. Não é preciso dizer mais.) Mas a providência interveio, um dia, sob a forma do Governo dos Estados Unidos da América, o qual – depois de apreender inesperadamente Felipe na travessia de uma fronteira americana – deu uma escolha ao casal: ou se casavam ou o Felipe nunca mais seria autorizado a entrar no país outra vez. Assim nasce o novo romance Comprometida.

"Como é que o casamento se torna uma tarefa difícil?
Eu digo-vos como: O casamento torna-se uma tarefa difícil quando depositamos todas as nossas expectativas de felicidade nas mãos de uma pessoa. Conseguir com que isso funcione é uma tarefa difícil. Um estudo recente realizado com jovens mulheres americanas descobriu que o que as mulheres procuram hoje num marido – acima de qualquer outra coisa – é um homem que as “inspire”, o que é algo difícil de encontrar. Como ponto de comparação, as jovens da mesma idade, que integraram um estudo efectuado na década de 1920, tinha mais probabilidades de escolher um parceiro com qualidades como a “decência ”, a “honestidade” ou a capacidade de sustentar uma família. Mas isso já não chega. Agora queremos que os nossos cônjuges nos inspirem! Diariamente! Vamos lá, querido!
Mas isto era exactamente aquilo que eu esperava do amor no passado (inspiração, felicidade absoluta) e era aquilo que me preparava para esperar novamente de Felipe – que fossemos, de alguma forma, responsáveis por todos os aspectos de alegria e felicidade um do outro. Que a nossa própria descrição de funções enquanto cônjuges fosse ser tudo um para o outro.
De qualquer forma, sempre partira desse princípio.
E assim podia ter continuado, alegremente, não fora o meu encontro com as Hmong* ter-me desviado dessa trajectória num aspecto fundamental: pela primeira vez na vida, ocorreu-me que talvez estivesse a pedir demasiado do amor. Ou, pelo menos, talvez estivesse a pedir demasiado do casamento. Talvez estivesse a levar para o barco velho e rangente do casamento uma carga de expectativa muito mais pesada do que aquela estranha embarcação alguma vez fora programada para acomodar."

Elizabeth Gilbert

* Étnia asiática com origem nas regiões da China, Vietnam, Laos e Tailândia e com quem a autora privou, tendo questionado sobre as suas tradições de casamento e percebeu que aquelas mulheres eram felizes porque nunca criaram expectativas no casamento ou nos maridos acima do que eles poderiam corresponder.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Indisponível eu?


Descobri outro dia que era demasiado controladora... da minha própria vida. Tenho de fazer isto, tenho de fazer assim, não posso fazer porque, assim é certo, assim errado. O pior é que não abria espaço para o inesperado e quando me diziam: estás sempre indisponível eu ficava piurça: eu? estou sempre disponível para toda a gente. E estava, menos para mim. Não entendia que aquilo tinha um significado maior. Percebi que até nas coisas que são impossíveis de controlar, eu tentava prever os resultados de forma a antecipar as minhas atitudes, para que nada saísse errado. Mas saía muitas vezes, porque a vida não acontecia como eu queria e ainda tinha de contar com as atitudes (nem sempre previsíveis) dos outros.

Consciência tomada, no momento decidi que ia deixar de planear tanto, de ter de fazer, de tentar controlar o que não posso controlar. E a vida abriu-se, flui de uma maneira que eu até fico pasma. Em tão pouco tempo, as peças encaixam-se e quando penso nos possíveis desfechos de algum dilema penso: está tudo em aberto, o que tiver de ser será.

Só de pensar em tudo o que deixei de viver por causa disto...

Cinema: Salt

Jolie aos saltos, poderosa, bem treinada e determinada é o que este filme traz. Algumas das cenas de acção são daquelas em que fazemos um : xiii, isto nunca seria possível, mas o cinema é para isso mesmo. A história tem algumas reviravoltas ao longo do filme e percebe-se perfeitamente a abertura para um Salt - parte 2. Quem viu os Tomb Raider e o Procurado já sabe o que esperar desta senhora, de quem eu sou fã (confesso) não só pela qualidade como actriz (Gia, A Troca, A Mighty Heart e Vida Interrompida comprovam-no), mas também pelo trabalho humanitário que faz.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Em busca do príncipe encantado


Mesmo quem diz que não, todos desejam encontrar aquela pessoa com quem vão ser felizes. A metade que falta, o/a companheiro(a) ideal. E enquanto essa pessoa chega e não chega (tantas vezes parece chegar e afinal não, era só mais um engano) a maioria das pessoas não se sente feliz ou completa.

E tenho pra mim que isto se torna uma "pescadinha de rabo na boca". Quem não consegue ser feliz, inteiro e completo sozinho não o vai ser nunca com outra pessoa. Vai colocar expectativas de felicidade demasiado pesadas para a outra pessoa carregar e claro como está à espera que o outro lhe traga o tesouro prometido e isso a acontecer será apenas por algum tempo, nunca vai ser bem sucedido. E desacredita no amor e eis que chega alguém que parece trazer o mundo nas mãos, mas volta a não correr bem e assim sucessivamente. E a culpa é sempre dos outros!
Vá batam-me à vontade, mas estamos em pleno sec. XXI com acesso a informação que nunca tivemos e há que parar para pensar que assim nunca lá chegaremos. A felicidade não está, nem nunca estará nas mãos de outra pessoa.

Primeiro ser feliz, depois sentirmo-nos bem na nossa pele, aceitar que temos limitações humanas e revogar o direito a elas, tratarmo-nos bem (muito bem), sermos fieis aos nossos princípios e valores e definir exactamente para que lado nos dirigimos, são bons princípios. E depois? Depois viver sem estar à espera de nada, nem ninguém. Focarmo-nos nas coisas que gostamos mais, nos nossos amigos, família, hobbies e eis que do nada, sem mais nem menos a pessoa aparece e nós temos muito mais para oferecer e receber do que algum dia sonharíamos ter. E como por milagre as hipoteses de sucesso aumentam drasticamente.

domingo, 22 de agosto de 2010

Não sei o que fazer...


Da mesma forma que parei de escrever aqui, parei de ler (ok, leio duas páginas de um livro uma x por semana), parei de vos visitar (shame on me)... mas estive lá fora a viver o Verão e a rir muito e foi basicamente o que fiz.

The point is: não sei como vou fazer, uma vez que tenho cerca de 5 livros começados e não acabados em cima da mesa de cabeceira e já me estou a preparar para comprar o 6º... É que eu adoro livros, adoro ler e agora não sei como recuperar o tempo perdido, sem ter de me enfiar em casa dias a fio. No extremo, não durmo...

Tenho pra mim que com este post me redimi da ausência

Uma viagem de 4 mulheres é sempre uma aventura. Uma viagem de 4 mulheres à Riviera Francesa então... vai ficar sempre no topo da lista como uma das melhores.

Aconselho a visita e desenganem-se se pensam que vão queimar a carteira na Cote D'azur. Os preços são superiores aos nossos em cerca de 10 a 20% e não mais do que isso e sim é possível dormir a 10 minutos do casino de Monte Carlo (como nós fizemos) num apartamento de 4*, fazer refeições fora, passear de carro pela costa linda da Riviera, beber café todos os dias, copos, ir ao casino (que custa 10€) ou ao mítico Buddha Bar (onde só dá gente gira, ambiente fantástico e música do melhor) sem consumo obrigatório e bebidas a 15€ sem vir embora nas lonas. Na realidade, gastando quase o que gastariam aqui e atrevo-me a dizer menos do que no Algarve. Só não pensem em comprar casa por aqui, porque aí sim, vão aos milhões por um apartamento (a primeira vez que vimos os preços afixados na montra de uma imobiliária tivemos de ler 3 vezes para confirmar que eram mesmo 5.385.000€ - hun? quantos zeros vês? são mesmo milhões?)
As imagens falam por si... (será que exagerei?)

Eze - fica entre Nice e o Mónaco. Uma localidade linda de onde de qualquer ponto se tem vista de mar. Excelente sítio para ficar alojado.
Plage Mala (o que nós andamos para lá chegar... acessível só a pé, mas valeu a pena)

Ferraris, Lamborghinis, Maseratis e por aí fora? Muitos, mesmo muitos...
Visitar? Sim e diariamente! Ah e levem aqueles vestidos sem costas que usaram nos casamentos e nunca mais tiveram oportunidade de usar. A escadaria do Buddha parece um desfile de moda.
Pfffff... Era aos pontapés. Saint Tropez
Pearl Beach (o acesso à praia mais fantástico que eu já vi)
Pearl Beach, Saint Tropez (pormenor: as caminhas, guarda sois e mesas pertecem ao bar cuja entrada é das fotos anteriores e seguintes. Não se pagam, têm é de consumir do bar)
Saint Tropez (tssssss, nem tenho palavras para descrever... aqui sim, vou voltar com toda a certeza)

Saint Tropez (Pearl Beach - sim, isto é a entrada para a praia)
A Riviera é toda mais ou menos assim, escarpas, mar, vegetação e rochas. De perder de vista...
Ah e com uns espaços lounge assim pelo meio. Muitos.
Esplanadas assim... (Ok, a água é cara - 5€)
Marina de Monte Carlo
Nice (muito gira, mas cuidado com a praia que é feita de godos.. calhaus mesmo)
Praia de Monte Carlo ( calhauzinhos em vez de calhaus)
Sanremo, Itália (molto buono!) As praias são todas privadas, mas vale muito a pena, são baratas e têm super condições lá dentro.
Casino de Monte Carlo (aqui sim, vale a pena vir...desde os carrões à porta, passando pelo desfile dentro e nas imediações... outro mundo)
Monte Carlo

Voltei, voltei! :)

Parece que fui de férias e fiquei por lá, não parece? Mas voltei, só não me tem apetecido escrever, acho que são fases... Obrigada a todos os que perguntam por mim e que me continuam a comentar, mesmo que eu não escreva nadinha de nada. Só por isso, já me está a apetecer voltar aqui mais vezes! :)