terça-feira, 24 de agosto de 2010

Indisponível eu?


Descobri outro dia que era demasiado controladora... da minha própria vida. Tenho de fazer isto, tenho de fazer assim, não posso fazer porque, assim é certo, assim errado. O pior é que não abria espaço para o inesperado e quando me diziam: estás sempre indisponível eu ficava piurça: eu? estou sempre disponível para toda a gente. E estava, menos para mim. Não entendia que aquilo tinha um significado maior. Percebi que até nas coisas que são impossíveis de controlar, eu tentava prever os resultados de forma a antecipar as minhas atitudes, para que nada saísse errado. Mas saía muitas vezes, porque a vida não acontecia como eu queria e ainda tinha de contar com as atitudes (nem sempre previsíveis) dos outros.

Consciência tomada, no momento decidi que ia deixar de planear tanto, de ter de fazer, de tentar controlar o que não posso controlar. E a vida abriu-se, flui de uma maneira que eu até fico pasma. Em tão pouco tempo, as peças encaixam-se e quando penso nos possíveis desfechos de algum dilema penso: está tudo em aberto, o que tiver de ser será.

Só de pensar em tudo o que deixei de viver por causa disto...

5 comentários:

ana disse...

A sério? Se a gente abrir mão do controlo a vida abre-se? Tenho andado a tentar fazer isso, mas é dificil!! Mas, pelos vistos, possível! ;)
Gostei deste post! ;)
beijito ***

Kelly disse...

Aninha, não só é possível como é libertador. Se quiseres depois explico-te melhor por email. Beijinhos

blueshell disse...

eu era assim...até que uma grave doença atingiu o meu marido...agora, as químio, a radio...não me deixam margem para controlar seja o que for. Agora...é vivar um dia de cada vez, chorar às escondidas...sorrir com o coração partido...nada controlo...senão a minha raiva...esse sentimento de que tudo é em vão e injusto....

Kelly disse...

Blueshell, espero que tudo corra bem e desejo-vos muita força e muita luz nas vossas vidas. Beijinhos

Girls Next Door disse...

Enchemo-nos de prazos em coisas imprescendiveis, mas quando o fazemos num simples ida ao café, em que pelo caminho já estamos a pensar no que vamos tomar, quando conhecemos alguém e para nossa protecção analisamos cada atitude, cada palavra para saber o que vem dali... é uma prisão. Ainda bem que "voas-te".

Ao contrário do que se anda a ver pela blogosfera...feliz por ti mulher!!!! =)