sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Aceitação


Nos últimos meses tenho tido a oportunidade de aprender a aceitar. Procurei saber mais sobre aceitação e eis o que aprendi:
Segundo Deepak Chopra em seu livro "As sete leis espirituais do sucesso" podemos praticar a aceitação, dizendo "Hoje aceitarei pessoas, situações, circunstâncias, fatos como eles se manifestarem. A minha aceitação será total e completa; verei as coisas como são no momento em que ocorrerem e não como eu gostaria que fossem".
As impressões negativas e dolorosas do passado ganham força e impacto sobre nós, precisamente porque não conseguimos dizer-lhes sim, aceitá-las e por isso os acontecimentos são reprimidos e rejeitados. Por esses mesmos motivos, é o passado que nos impede de estar aqui e agora, de nos desapegar.
Mas a aceitação não implica nenhum compromisso para o futuro, nem bloqueia a acção. O futuro fica aberto, a acção permanece. A adesão ao que é, faz desaparecer a emoção, porque quando nos situamos no aqui e agora, situamo-nos na REALIDADE. Essa atitude de não-conflito que tende para a supressão das emoções leva a uma acção lúcida, não viciada por uma revolta ou recusa.
- Sim, recebi más notícias; não, eu não deveria tê-las recebido; sim, estou terrivelmente angustiado; não, eu não deveria estar angustiado.Somente o "sim" é verdadeiro: sim, estou a sofrer; sim, estou angustiado; sim, recebi más notícias, sem nenhum "não". Quando não posso aceitar o acontecimento, a má noticia, a emoção nasce.
Na verdade, é difícil dizer "sim" e aceitar todas essas emoções negativas. Talvez o primeiro passo e também o mais difícil, seja a aceitação de nós próprios: como eu sou, do jeito que sou, e apreciarmo-nos.
Aceitar não é resignar-se.Resignar-se é curvar-se em face de uma fatalidade, de um golpe do destino ou de circunstâncias adversas. É uma atitude passiva, que permanece presa ao passado e nos dissocia mais e mais à medida que o tempo passa. Aquele que se resigna gostaria que as coisas acontecessem de forma diferente, mas sentindo-se impotente, abandona e baixa os braços. A resignação contém, então, duas recusas: a recusa da realidade e a recusa da acção. Exactamente o contrário da aceitação. A resignação suporia que a Manifestação é rígida e que as coisas não mudam.
Aceitar o que é, é aceitar a mudança, a transformação, a evolução. Resignação só poderia significar querer fazer durar o que não dura. Portanto a aceitação é o contrário da resignação, porque o que é plenamente aceite, perde seu poder e desaparece. Ao passo que o que é negado é rejeitado, e subsiste num estado potencial. Quanto mais recusamos, mais o que é recusado ou rejeitado ganha força.
Temos que compreender que a página está a virar constantemente a cada milionésimo de segundo.
Há também a conscientização de que nunca poderemos ser completamente preenchidos; que procuramos sempre preencher um desejo infinito, um vazio infinito com coisas finitas. Aqui temos a aceitação da carência, que essa carência nunca será preenchida por posses, haveres, relacionamentos, aventuras amorosas, nem pela família, comunidade, igreja ou partido político.

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